segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Paganismo

A palavra paganismo deriva do latim "paganus", que literalmente, quer dizer: homem do campo, camponês ou aldeão; um termo usado para se referir as diversas religiões dos antigos camponeses da Europa chamados de pagãos, pelos romanos. E que, até os dias de hoje, é usado equivocadamente para identificar todo aquele que não é cristão ou não foi batizado através dos preceitos comuns da igreja católica.
O paganismo é um dos caminhos que nos leva ao bem maior e à comunhão dos Deuses dentro de nós, em termos religiosos, é o culto e a reconexão com a própria natureza. Alguns celebram o caminho da Arte sozinhos ou com outras pessoas, membros de um mesmo grupo ou tradição, conhecidos como covens, tribos ou clãs. 
Existem muitas vertentes dentro do Paganismo, dentre esses caminhos, alguns estão claramente definidos e possuem uma organização própria, outros não. Os caminhos mais conhecidos, hoje em dia são: Reconstrucionismo Celta, Druidismo, Wicca, Odinismo, Ásatrú e Xamanismo.
Há muitos mistérios que envolvem o paganismo. O próprio pentagrama é um deles. Um símbolo pagão muito antigo e, muitas vezes, associado ao "mal" ou quando invertido, ao satanismo e aos rituais satânicos. E que nos dias de hoje se tornou um simbolo, quase que oficial, do paganismo moderno. Lembrando que o pentagrama não é um símbolo de origem celta. Os antigos celtas contemplavam o mistério da vida e da morte, através dos círculos e das espirais.  
Enfim, o paganismo não tem nenhuma relação com satanismo ou magia negra. Numa versão mais moderna, a estrela de cinco pontas representa, os quatro elementos, mais o quinto elemento, como sendo o éter ou espírito divino.
Os mistérios pagãos vão muito além das brumas do tempo... Prestes a renascer!
As brumas são os véus que encobrem o mistério do caminho gasto pelo uso. Muitos são os que vão nos ver e não vão nos entender, além de não conseguirem absorver toda a sabedoria dos Antigos, simplesmente por medo e ignorância.
Abençoado seja o resgate às tradições celtas e a sacralidade da natureza!
Ouça agora mesmo o chamado, vá direto para Glastonbury e ultrapasse o Portal...
Absorva todos os conhecimentos vindos de Avalon, através da lenda e dos mitos. Não tema passar pelas brumas, um mundo maravilhoso espera por todos aqueles que trazem a fé e o amor dentro de seus corações. Que assim seja!
Ser pagão é buscar constantemente harmonizar-se com a infinita sabedoria da natureza, onde se aprende diariamente através da linguagem da Terra e da Lua, das folhas das árvores, da beleza do canto dos pássaros, do cheiro das ervas e das flores, a conhecer o valor do respeito, do amor e do equilíbrio.
Paganismo, seria o nome dado para as pessoas que seguem as religiões politeísta, panteísta e animista, que respeitam a natureza e cultuam Deuses e Deusas, como por exemplo: Druidismo, Xamanismo e Reconstrucionismo Celta.
Mas, que fique bem claro,  que pagão não é ateu e muito menos cultua o "diabo", que álias, é uma figura existente apenas no meio cristão, criada para dominar as pessoas através do medo e da culpa! 
Pagãos acreditam e prestam culto às divindades pagãs centradas na verdade, no bem e no belo, aos espíritos da natureza e aos seus ancestrais. Apesar das diversas definições sobre o paganismo, é importante ressaltar que todo pagão é politeísta e respeita todas as formas de vida, assim como a própria natureza, que lhes é sagrada, tirando partido dela sem que assim venha destruí-la.
Atualmente, aqueles que seguem o paganismo celta, buscam aprimorar-se além das práticas diárias e sazonais, estudam a história, a arqueologia, os mitos, as lendas e o resgate das línguas celtas, principalmente o gaélico.
A celebração dos festivais solares automaticamente religa o homem aos ciclos naturais da Terra e às mudanças das estações. Cada ciclo reflete diretamente toda sua influência sobre nós e a partir deste princípio, passamos a vivenciar e a compreender melhor essas mudanças, além de todos os ciclos lunares.
Podemos encontrar uma grande variedade de tradições dentro do paganismo, mas esta variedade de experiências espirituais são apenas ramos diferentes da mesma árvore e, como tal, deve ser respeitada como a representação máxima da unidade divina. Nossos maiores mestres são a própria natureza e os Deuses.
Enfim, fuja daqueles que possuem caldeirões lotados de ego negativo. Isso não quer dizer que ser pagão é ser "perfeito". A perfeição é um dos objetivos do nosso caminho e, de modo geral, de todas as pessoas. O "bem" e o "mal" são relativos, pois o verdadeiro pagão busca o equilíbrio entre a luz e a sombra, com responsabilidade e bom senso. Essa é a real iniciação da alma e do coração. Que assim seja!

Stonehenge

Os povos saxões o chamavam de Hanging Stones (Pedras Suspensas), escritos medievais chamavam de Dança dos Gigantes. Estas são denominações diferentes para referir-se ao mesmo monumento, hoje conhecido como Stonehenge (do inglês arcaico Stan = pedra + hencg = eixo).
Stonehenge é um complexo monolítico, formado por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter cinco metros de altura e pesar quase cinqüenta toneladas, situado na planície de Salisbury, sul da Inglaterra, a cerca de 130 quilômetros de Londres. Os responsáveis por sua construção, os métodos utilizados e sua finalidade, mantêm-se, ainda nos tempos atuais, como um grande enigma.
Originalmente, o monumento era um círculo externo que media 86 metros de diâmetro. O círculo interno, com pedras maiores, de 5 metros de altura, contava 30 metros em seu diâmetro. Possuía 30 blocos verticais sobre os quais coloca- ram-se 30 blocos horizontais, formando um ininterrupto anel de pedra. Ainda mais alto, são os cinco portais que formam a ferradura externa, com cerca de nove metros de altura e perto de 15 toneladas. Ainda, existia uma avenida de acesso principal onde situavam-se os portais de pedra. Havia também do lado externo do círculo maior, uma série de cavidades no solo que circundavam o monumento. Estas cavidades estavam destinadas a um outro círculo de pedras, que nunca seria construído.
Ao analisar as pedras utilizadas, percebe-se que foram minuciosamente cortadas para que uma se encaixasse sobre a outra, formando os chamados trilitos. Embora já estejam bastante apagadas devido à ação do tempo, diversas pedras trazem desenhos ou inscrições rupestres feitas pelas antigas civilizações.




A construção de Stonehenge


No século XX, arqueólogos, através da técnica de datação do Carbono 14, estabeleceram que a construção de Stonehenge teve início em torno de 2950 a.C. e encerrou-se em aproximada- mente 1600 a.C.. Portanto, as primeiras pedras erguidas nesta obra sustentam-se há mais de 5000 anos.
Se a construção de Stonehenge se estendeu por mais de 13 séculos e técnicas diferentes foram utilizadas para erguer o monumento, considera-se que vários povos habitaram o local neste período. Assim, não apenas uma, mas algumas culturas que habitaram a região atuaram em sua construção.
Não há referências seguras sobre quais povos participaram desse trabalho. Mas há evidências arqueológicas de que há cerca de 10 mil anos, naquela região, já havia presença humana. No século XVIII, William Stukeley, astrólogo e membro da maçonaria, argumentava que era um templo construído pelos druidas, sacerdotes do povo celta. Mas os celtas estabilizaram-se cerca de 1000 anos após a conclusão do monumento. Portanto, esta possibilidade é descartada e conclui-se que Stonehenge teria sido obra de povos anteriores aos celtas.
Recentemente, em 2003, operários que instalavam tubulações em Boscombe, área próxima ao sítio histórico de Stonehenge, encontraram uma tumba coletiva com sete corpos (três crianças, um adolescente e três homens). Ao lado dos esqueletos, havia pontas de flecha e potes de barro datados de 2300 a.C., época da construção de Stonehenge. Ao analisar as camadas de esmalte dos dentes dos esqueletos, pesquisadores descobriram traços da composição da água encontrada na região de Wales, local de origem das pedras centrais de Stonehenge. Essa evidência levou à conclusão que os Arqueiros de Boscombe (como foram apelidados) provavelmente, ajudaram a erguer as pedras do monumento.


Merlim e os gigantes
O escritor e clérigo inglês Geoffrey de Monmouth, em sua obra Dança dos Gigantes (1130), narra que Uther Pendragon, pai do lendário Arthur, por volta do século V, após uma traição de Heingist liderando os saxões a um massacre de 460 nobres britânicos numa conferência de paz, decidiu elevar um monumento em memória dos guerreiros mortos. Assim, Pendragon convocou Merlim e o mago sugeriu a busca de antiqüíssimas pedras gigantescas que formavam um círculo mágico, capaz de curar todas as enfermidades, construído por gigantes na Irlanda.
Os gigantes, que eram pacíficos e infantis e tinham longa vida, haviam criado os círculos de pedra para saudar a natureza e para brincar, provocando assim uma certa disputa para ver quem construía um número maior de círculos (esta seria a origem dos inúmeros círculos distribuídos por toda Europa até hoje). Segundo Merlim, esta raça extinta de gigantes havia transportado essas pedras mágicas da África para a Irlanda. A água que fosse derramada sobre as pedras mágicas adquiria poderes curativos. Dessa forma, os gigantes tratavam seus ferimentos com preparados de ervas combinadas à água mágica.
Pendragon e seu irmão Ambrosius convocaram um exército de 15 mil homens a fim de transportar as pedras. Mas todas as tentativas fracassaram. Foi então que Merlim, valendo-se de poderes mágicos, transportou-as até os barcos que as trouxeram até Salisbury, na Inglaterra. Merlim dispôs as pedras ao redor das sepulturas, da mesma forma que os antigos gigantes. Segundo a lenda, ainda hoje encontram-se as inscrições dos túmulos de Uther e Aurelius.


Atkinson e os arqueólogos
Em 1950, Richard Atkinson e outros arqueólogos britânicos, elaboraram a teoria sobre o processo de construção de Stonehenge, que teria sido realizado em três etapas. Outras teses apontam para quatro etapas entre 3100 a.C e 1100 a.C.. Mas o raciocínio de Atkinson ainda é o mais aceito no meio científico.
Assim, na primeira etapa, no final do período neolítico, foi construída uma planície que forma o círculo externo, do qual se dispunham cinqüenta e seis cavidades conhecidas como Aubrey Holes, formando um anel. A primeira pedra, posicionada na vertical, conhecida como Heel Stone, foi disposta do lado de fora do círculo, frente à única entrada do monumento. Ainda, foram dispostas outras quatro pedras conhecidas como Pedras de estação.
A segunda etapa teve início aproximadamente duzentos anos mais tarde, já na Idade do Bronze. Neste processo, ocorreu a construção do duplo círculo interior, formado por oitenta blocos de pedra (conhecidos como bluestone) trazidos das montanhas de Prescelly, sul do País de Gales, a 320 km de Stonehenge.
Acredita-se que as pedras foram transportadas por embarcações através da costa gaulesa e posteriormente, em terra firme, levadas sobre cilindros até o local do templo. Estas pedras foram posicionadas na vertical, no interior do círculo primário. Além disso, foi construída também a avenida que leva ao monumento de Stonehenge e à margem externa das planícies.
Na terceira e última etapa, iniciada em torno de 2550 e estendendo-se até 1600, os dois círculos internos compostos pelas pedras foram desfeitos e reconstruídos. Nesse momento também foram posicionadas as pedras transversais que se apóiam sobre as pedras eretas. Ainda, o bloco conhecido como Pedra do Altar foi posicionado em frente a um dos trilitos.




Stonehenge: ciência e espiritualidade ancestrais


Além dos povos responsáveis pela cons- trução, o período cronológico e as técnicas utilizadas para erguê-lo, as incertezas sobre o monumento de Stonehenge também estão presentes quando aborda-se sua finalidade. A região de Wiltshire é rica em ruínas pré-históricas. Woodehenge, Durrington Walls e mais de 350 sepulturas são provas da atividade dos antigos habitantes locais. Ao redor do monumento principal, existem outras obras intrigantes. Afastado de Stonehenge, 800 metros ao norte encontra-se o chamado Cursum, uma pista reta com 2800 metros de comprimento e 90 metros de largura, que seria utilizada em procissões e cerimônias religiosas.
Ainda na região de Stonehenge encontra-se os Círculos ingleses, que são desenhos circulares surgidos misteriosamente em campos de cultivo de soja, trigo, cevada e milho. Interessante é que os cereais cultivados dentro dos círculos, tendem a desenvolver-se 40% mais que outros mais afastados. Este fato leva a crer que esta região possui algum tipo de energia natural e que os antigos tinham conhecimento disto. Por isso optaram por construir Stonehenge, que seria um templo religioso, naquele local, e assim intensificar e absorver esta energia.
Mesmo havendo um vasto sítio de pedras na região, os monólitos utilizados foram trazidos de muitos quilômetros de distância. Isto leva a crer que essas pedras eram essenciais para a perfeita conclusão do trabalho e reforça o conceito de que Stonehenge tenha uma finalidade religiosa. Pois estas pedras, trazidas de tão longe, teriam um caráter sagrado e ritualístico para os povos antigos.
Vestígios de corpos cremados encontrados nas Aubrey Holes indicam que ali foram celebrados ritos funerários e que estas cavidades podem ter simbolizado um portal para outros mundos. O esotérico John Michell sugere que se trata de um templo cósmico dedicado aos doze deuses zodiacais.
Em sua obra História dos Hiperbóreos, de 350 a.C., o grego Hecateu de Abdera atribui uma finalidade ao monumento: "ergue-se um templo notável, de forma circular, dedicado a Apolo, Deus do Sol". O arquiteto inglês do século XVII, Inigo Jones, fez o primeiro estudo sério sobre Stonehenge e considerou-o um templo romano. Se Stonehenge é obra de várias culturas, pode-se supor que suas finalidades também sejam diversificadas.
A perfeição geométrica faz supor que este trabalho tenha sido realizado por inteligências superiores extraterrenas, e que funcionasse como um campo de pouso para discos voadores ou apenas uma referência para navegação interplanetária. Porém, obviamente, esta é uma tese não científica que fica limitada a alguns grupos de ufologia.
Ainda, pode-se analisar Stonehenge sobre a ótica da arqueoastronomia, ciência que tem por objetivo estudar os conhecimentos astronômicos dos povos antigos. Desse modo, o astrônomo americano Gerald Hawkins, estabeleceu diversas relações geométricas entre o posicionamento das pedras do monumento. Stonehenge seria um observatório pré-histórico cujo alinhamento das pedras produz um traçado de linhas que marcam o nascer e pôr do Sol em datas chaves como os solstícios. Os movimentos do Sol, da Lua e das estrelas, podiam ser seguidos, os eclipses podiam ser previstos e os deuses do Zodíaco adorados no tempo próprio. Assim, Stonehenge não teria apenas uma finalidade religiosa, mas também, em parte, científica.
No século XX, Stonehenge abrigou celebrações de neopagãos. A partir de 1918, o local passou a ser recuperado. Algumas pedras que, devido ao tempo, estavam inclinadas e prestes a tombarem, foram reposicionadas. Em 1985, as autoridades inglesas, a fim de preservar o monumento e a região, proibiram os festivais neopagãos. Atualmente, o local é administrado pelo English Heritage e foram tomadas medidas rigorosas para garantir sua preservação. O número de visitantes é de cerca de 700 mil por ano.
Independentemente de sua finalidade, o monumento de Stonehenge é mais que um ponto turístico; é uma obra que desafia os pesquisadores modernos e excita a imaginação de cada visitante. Certamente, o fascínio exercido pelo monumento não está apenas em sua grandeza e imponência desproporcionais ao pensamento contemporâneo, mas principalmente, nos mistérios que cada pedra guarda, há mais de 5 mil anos.