quinta-feira, 28 de abril de 2011

Celebrando Samhain

Samhain é um dos oito festivais do calendário litúrgico da Bruxaria Moderna, sendo esse uma celebração especialmente inspirada no ano agro-pastoril da cultura celta.

Os celtas compunham uma confederação de povos, tribos e clãs, surgidos a partir do desenvolvimento de uma cultura que floresceu ao redor do rio Danúbio por volta de 1.200 e 700 a.E.C, quando a partir de então se espalharam pelo resto da Europa e pelo Oriente próximo.

Apesar de terem exercido forte influência sobre boa parte do continente Europeu, foi na Península Ibérica e especialmente nas Ilhas Britânicas, que seu legado foi preservado de forma praticamente integral - despindo a leve camada de cristianizações - nas regiões da Irlanda, Escócia, País de Gales e alguns lugares da Inglaterra, nos permitindo assim hoje contemplar sua belíssima cultura e seu riquíssimo folclore.

Mesmo após a Cristianização, países como a Irlanda, conseguiram preservar por séculos os festivais celebrados por seus antigos ancestrais: Samhain era celebrado por volta de 31 de outubro, quando naquela região os primeiros indícios do rigoroso inverno europeu apareciam e já era o momento de se recolher para os escuros meses que chegavam. Era uma época de sacrifícios, especialmente do gado que certamente não sobreviveria com o frio. Sutilmente, esses antigos celebrantes do Espírito da Terra, relacionaram a esse dia o Culto aos Ancestrais e aos Mortos (somando à sua crença trazida de terras distantes, ao culto encontrado na Bretanha quando por lá chegaram), fazendo com que a noite de Samhain fosse regada a alegres procissões de lanternas, banquetes festivos e celebrações em honra aos ancestrais de poder, aos seus mortos, ao inverno que se iniciava e aos seus Deuses.

Quando se deu a imigração irlandesa para os EUA, muito da cultura da Irlanda foi depositada nas terras da América do Norte. Curiosamente, os irlandeses carregaram consigo o festival de Samhain (já cristianizado sob o Dia de Todas as Almas ou de Todos os Santos), procurando adaptar sua celebração para a realidade local. Conta a lenda, que originalmente na Irlanda, as famosas lanternas (os hoje conhecidos como "Jack O'Lanterns) era esculpidas em nabos e carregadas nas procissões. Aos chegarem nos EUA, constaram os irlandeses que havia uma abundância em abóboras, transferindo assim o costume de esculpirem lanternas esse dia em abóboras... Foi exatamente daí que surgiu o Halloween, atualmente festa popular conhecida em boa parte do mundo ocidental - na verdade, uma paródia bem-humorada (as vezes um tanto ridicularizada) do espírito desse festival.

É importante se estar sempre atento para o fato de que os oito festivais que compõem o calendário litúrgico da religião Wicca e de outras religiões pagãs, não se limita às celebrações da cultura celta. Tão pouco o festival conhecido como "Samhain" para os celtas, se limita somente a eles, pois a Roda do Ano para muitos bruxos é considerada realmente universal.

Nos países nórdicos do norte europeu, essa também era uma época de se celebrar os espíritos escuros - não necessariamente "maus", já que essa conceitologia de bem contra o mal foi e é inexistente na religiosidade pagã. Entre os romanos, celebravam-se as deusas Fortuna e Pomona, em agradecimento às colheitas, fazendo oferendas e pedindo pela fortuna para o tempo frio que chegaria.

Da imigração espanhola nas terras do atual México, unindo à cultura dos nativos descendentes dos astecas, também surgiu o famoso "Día de Los Muertos", um dia bastante diferente do melancólico "Dia de Finados" que alcançou “Terra Brasilis”. Nesse dia, famílias mexicanas visitam cemitérios levando comidas típicas e flores aos seus mortos, de forma alegre e bem-humorada, misturando o lúdico à religiosidade. São feitas comidas e bonecos em formas de crânios e caveiras, assim decorando suas casas, seus altares e as ruas das características cidades mexicanas, homenageando de forma pura e não-hipócrita o espírito que alimenta nossa vida no dia-a-dia: a própria Morte.

Pois sim... E o que é que dá a tudo aquilo que vive, sustento 24 horas por dia? Certamente, o sustento físico dado aos animais e humanos é o alimento que, que foi igualmente ceifado, seja animal ou vegetal, da mesma forma que um dia todos serão, em igualdade perante aos Deuses e diante às outras formas de natureza. É esse o espírito do Samhain: celebrar a Morte, porque é somente Dela que advém a Vida!

Para aqueles que celebram a Roda do Norte, em 1º de maior estarão celebrando o Beltane, o sabá exatamente oposto a Samhain.  Para aqueles que celebram a Roda do Sul, sendo a maioria em nosso Hemisfério, estão abaixo, algumas dicas rápidas para incrementar e enriquecer sua celebração:

Aromas relacionados (óleo, essências e incensos): alecrim, olíbano, alfazema, patchouli, cipreste, sálvia, carvalho, copal, cedro, mirra, beijoim e sândalo.

Pedras e cristais (para contato com a energia do sabá, enfeitar altares, criar talismãs etc): cristal esfumaçado, ônix, obsidiana, jaspe sangüíneo, âmbar.

Cores (para velas, decoração, roupas etc): preto (ligado à profundidade da noite, do inverno, ao Ventre da Deusa e à Morte), roxo ou lilás (ligado a purificação, à transmutação das energias), laranja e verde (ligado às abóboras, presenças sempre garantidas para essa celebração!).

Alimentos (para o banquete da celebração): pratos com abóbora, carnes (especialmente de porco e/ou vermelhas), lentilhas, feijões assados, beterraba, nabo, rúcula, doces a base de maçãs, bergamotas, romãs. Bebidas como sidra, vinho quente e suco de uva são bastante adequados.

Símbolos (para decoração e outras infinitas possibilidades): caveiras, esqueletos, caldeirões, serpentes, espirais, teias.

FELIZ SAMHAIN, FELIZ NOVA RODA!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

As Bruxas são necessárias

Aprendi em meus superficiais estudos esotéricos, que os mestres espirituais da Antiguidade, utilizaram os Contos de Fadas para transmitirem, através dos tempos e de maneira simbólica, conhecimentos elevados do Sagrado. Assim sendo, passariam esses conhecimentos, sem o perigo de serem destruídos por aqueles que discordam, ou crêem, apenas, na vida material.  


Se estivermos atentos ao conteúdo dessas histórias, observaremos que sempre estão presentes: a Fada, a Bruxa, a Madrasta Má, etc. 


Esses arquétipos representam aquilo de que necessitamos para chegarmos à compreensão de que só ascendemos a um nível de crescimento pessoal e de espiritualidade, pela vivência consciente dos aspectos negativos (Bruxas) e positivos (Fadas) da vida.  



A Bruxa representa no nosso dia a dia, tudo aquilo que nos é impostos pela família, escola, religião, sociedade, tais como: limites e frustrações; carências afetivas e materiais; perdas, etc.  




A Fada, por sua vez, simboliza o que é agradável ao nosso EGO: ganhos; sucesso; riqueza, ou seja, o lado gostoso de nossa caminhada.  
Ambas são imprescindíveis ao nosso processo de crescimento. E ambas estão dentro de nós. Tanto podemos exercer amorosamente, os nossos lados Bruxa e Fada, em relação ao outro, como o outro poderá exerce-los em relação a nós. É um movimento contínuo e recíproco. Muitas vezes, no entanto, o excesso de emocionalismo impede a exteriorização equilibrada dos dois lados.

A compreensão da importância da prática consciente dessa dualidade, é que favorece a formação harmoniosa do ser humano, tornando-o menos egoísta e mais solidário em suas relações interpessoais, preparando-o para exercer, com maturidade, a sua cidadania.
Acontece que o mundo moderno distanciou-se bastante dessa diretriz dual. 
Pouquíssimos são aqueles que aceitam os deveres e limitações exigidas pela Bruxa. Só querem saber do lado gostoso que a Fada põe à disposição, ou seja, a curtição do mundo fantástico dos apelos sensoriais, do consumismo, do conforto exagerado, etc. 
E a Bruxa se encontra quase que totalmente esquecida, tanto no contexto familiar, como na escola e na sociedade como um todo. E as conseqüências são catastróficas.
É comum, no âmbito familiar, a ocorrência de fatos graves, que causam traumas e muito sofrimento. E até se diz, nessas ocasiões, 
que “a bruxa anda solta...” 
Em geral, os membros da família preferem racionalizá-los ou mesmo “esquece-los”, sem a menor preocupação pela “leitura” da sinalização expressa nesses fatos. E tudo continua como antes... O que poderia ou deveria servir de degrau para uma melhor compreensão da vida e de si mesmo, não passa de mais um acontecimento doloroso e cruel.  
Como conseqüência, gera-se um vazio na vida de cada um, levando-os a procurar compensações que, na aparência e superficialmente, vêm minimizar as dores sofridas.




As perdas, de uma maneira geral, não são entendidas como mensagens para um
 redirecionamento de vida, uma revolução pessoal em todos os seus aspectos.  




Algum dia chegar-se-á à compreensão de que um dos males do mundo de hoje é o número insuficiente de Bruxas, por não se compreender o que elas significam para a formação equilibrada e completa do ser humano.
  

quarta-feira, 13 de abril de 2011

As Fadas






As fadas são seres de luz que se transformam nas cintilações quando a luz do sol bate na água.


São a emoção de existir quando uma flor desabrocha, quando um bebê de qualquer tipo nasce ou quando um novo jogo é inventado.


As fadas são o meio pelo qual a alegria é transmitida dentro de um sistema ou de um ser físico. Sua alegria clara e cintilante é intensa e espontânea.

Embora as fadas prefiram ficar ao ar livre, entram quando convidadas. Gostam de áreas de beleza, como coleções de cristais, fontes de mesa, altares e plantas.

Contudo, as fadas tendem a cair no sono se elas - ou a área bonita - não forem freqüentemente notadas. Ao tirar o pó de seu altar, vocês as despertam!
É realmente bem difícil descrever a aparência de uma fada, pois elas vivem em um mundo paralelo ao nosso e segundo algumas pessoas que já as viram, dizem que para poder notar sua presença, temos que silenciar a mente, pois elas aproximam-se como uma suave melodia, ou mesmo um pequeno murmúrio.

Outra forma de percebê-las é quando de repente nos sentimos envolvidos com um doce perfume com uma fragrância indescritível.

Mas estas qualidades comuns ao mundo angelical podem confundir-nos e não saberemos discernir se estamos na presença de um anjo ou de uma fada. Só quando visualizamos a sua forma é que podemos diferenciá-los, dados que os primeiros adotam formas mais leves, mas apresentam-se com vestimentas mais corpóreas.

No caso das fadas, suas vestes possuem um grande diferencial: apresentam-se sempre ataviadas e cobertas por gases ou muselinas, quase transparentes com cores translúcidas, ocupando espaços fluídicos e seus graciosos corpos são esbeltos e femininos, possuem mãos alongadas, pés pequenos, tronco estilizado, cabelo com cor de arco-íris, que caem cobertos por véus transparentes. Algumas delas têm a cabeça coberta com uma touca cônica, muito parecida com a dos magos e como eles também utilizam varas mágicas com as quais produzem seus fenômenos.

Entretanto, a matéria da qual as fadas provêm é sutil e etérea, translúcida. Seu corpo é fluídico e pode se moldar com a força do pensamento. Sendo assim, a aparência dos seres feéricos, refletirá com freqüência as idéias pré-concebidas que deles já tenhamos.

Em virtude da natureza de sua estrutura corpórea, a fada pode também variar seu tamanho.





Teósofos que estudam este tema, afirmam que a função das fadas é absorver "PRANA", na vitalidade do sol e distribuí-la em nosso plano físico.

Desde os primórdios da civilização, segundo nos contam livros muito antigos, as pessoas estavam mais em contato com a natureza e seus fenômenos, essas fantásticas "presenças" faziam parte da vida cotidiana, instaladas nos bosques, nos arroios, na cozinha, na cabeceira da cama das crianças doentes, etc. Depois que o homem trocou o campo pela turbulência dos grandes centros urbanos, elas deixaram de ser ouvidas.
Popularmente, se crê que as fadas e o resto do Povo Pequeno remontam dos tempos mais antigos da Terra, quando ainda estavam em formação os montes e os oceanos e não havia ainda surgido o primeiro "homo sapiens". Viviam em um lugar determinado do planeta, mas não tardaram a se estenderem por regiões mais longínquas, ao mesmo tempo que se iam formando as montanhas, os mares e os rios, e aparecia o homem primitivo.

Para explicar sua remota origem, existem uma série de lendas, onde quase todas possuem uma fonte comum: a "caída" de anjos.

Na Irlanda, existiu a crença de que as fadas seriam anjos caídos, que foram expulsos do céu pelo Senhor Deus, em virtude de seu orgulho pecaminoso. Alguns caíram no mar, outros em terra firme e os que sobraram no mais profundo do inferno. Esses últimos, receberam do diabo o conhecimento, poder e os envia para a terra, onde trabalham para o mal. Entretanto, as fadas da terra e do mar seriam em sua maioria seres belos e bondosos, que não causam nenhum dano, se as deixarem em paz e lhe permitirem dançar em seus anéis feéricos a luz da lua com sua doce música, sem ser molestadas com a presença dos mortais.

Há uma outra versão irlandesa que conta que na época do Paraíso Terrestre, Eva estava lavando seus filhos nas margens de um rio, quando Yahvé veio lhe falar. Assustada escondeu os filhos que ainda não havia lavado, e Yahvé lhe perguntou se estavam ali todos os seus filhos, e ela respondeu que sim. Como não se convenceu da resposta, advertiu a Eva que aqueles que ela havia ocultado permaneceriam ocultos do homem também. Essas crianças se converteram em elfos e fadas, e nos países escandinavos são denominados raça "huldre". As jovens huldre são muito belas, mas apresentam rabos de vacas unidos aos seus corpos.

Os escandinavos contam ainda, em uma versão mitológica, que foram os vermes que surgiram do corpo em decomposição do gigante Ymir, que se converteram em: elfos claros, elfinas e elfos escuros. O verme é símbolo de vida que nasce da podridão. É ainda, símbolo da transição da terra para luz, da morte para a vida, do estado larvar para o vôo espiritual.


Em um período pré-cristão, existiu também, a crença que que as fadas seriam os espíritos dos mortos. Já na era cristã, se afirmava que as fadas eram anjos caídos ou então almas pagãs que não estavam aptas para subir aos céus, nem descer ao inferno. Por isso, ficaram destinadas a passar toda a eternidade nas escuras regiões de um "reino intermediário", a nossa Terra.
Acreditava-se ainda em Cornualles, uma região inglesa, que as almas das crianças mortas sem batismo, tornavam-se "PISKIES" (duendes) e apareciam no crepúsculo na forma de pequenas mariposas noturnas brancas. Os duendes "KNOCKER", das minas de estanho também eram considerados almas de mortos, mas nesse caso, eram os judeus que haviam sido transportados para lá por sua participação na Crucificação.

Todo o norte da Europa possui um rico conhecimento sobre as fadas, assim como as Ilhas Britânicas e de igual maneira, não são ignoradas na Alemanha, já que ali são conhecidas pelo nome de Norns, fiandeiras ao estilo das Parcas gregas. Na França encontramos a Dame Abonde, uma fada, cujo o próprio nome já invoca a abundância. Na Itália é venerada como Abundita, uma Deusa da Agricultura.
Em terra romana ainda, é muito conhecida a figura mítica da fada Befana, cuja função é estabelecer uma ligação das famílias atuais com seus antepassados, com uma troca de presentes. Ocupa, portanto a função de uma educadora-pedagoga que recompensa ou pune as crianças na época natalina.
Befana é a Grande Avó que preside várias fases de desenvolvimento das crianças. A "meia natalina" que todos nós, mesmo aqui no Hemisfério Sul, penduramos nas portas ou lareiras, não é só um lugar para depósito de presentes, mas tem o poder de invocar Befana, que tal como Frau Holda e Berchta visita as casas no período do Natal, recompensando todo aquele menino ou menina que foi bem comportado durante todo aquele ano.

Conforme a tradição mítica, Befana chega voando em uma vassoura, intensificando sua associação com as plantas e os animais, que antigamente eram considerados sagrados e muito utilizados como tótens. Befana voa do Reino das Fadas, para trazer presentes e alegria ao mundo dos homens.

O certo é que todas as culturas e todos os povos primitivos adoravam os velhos espíritos da natureza, suscitados pelo animismo (crença religiosa que considera todo o ver vivo e todo o objeto possui um espírito ou força interior), que mais tarde deram nascimento, entre os babilônios e gregos, à deidades terrestres e aquáticas, com toda uma sofisticada genealogia de Deuses. Muitas foram as teorias que se formaram sobre a possível etimologia das fadas, fazendo-as descender de antigas divindades celtas (Deusa Danann) ou de Dianas romanas.

Na realidade, no entanto, tanto sua origem como suas possíveis etimologias, se perdem na noite dos tempos ao se tratar de seres que iam se adaptando às circunstâncias das épocas, pois nem sempre se chamaram fadas, nem ninfas, nem lamias, nem elfos..., porém eles permanecem no meio de nós, com diversas aparências e revestidos de numerosos nomes.

Já dizia o inglês William Shakespeare, que há mais coisas nesta terra do que alcança a nossa precária percepção. Carl Jung complementa, ao afirmar que existe e sempre existiu, um realismo mágico contraposto a todo o mundo real.

É justamente através da dualidade destes opostos, é que se estabelece uma função reguladora. Se o ser humano não oscilar entre estas oposições, o espírito morrerá.

Entre o real e o mágico existe uma espécie de fluidez intemporal que se rege pelo inconsciente coletivo. O realismo mágico descrito por Jung, é regido por uma fonte que nos é mundo familiar e transcende a um mundo de contrastes entre os opostos. Isto é, toda a magia se nutre dos conteúdos do consciente coletivo, da nossa "memória ancestral". É através desta memória que ocorre a inversão do tempo.
A tradição celta possuía uma percepção admirável da maneira como o tempo eterno está entrelaçado com o nosso tempo humano. Existe uma história de Oisín, que era um dos Fianna, um grupo de guerreiros celtas, que sentiu uma grande vontade de aventurar-se a chamada Tír na n-óg, a Terra da Eterna Juventude, onde vivia o povo encantado.

Chegando ao seu destino, durante muito tempo viveu feliz com sua mulher Niamh Cinn Oir, conhecida como Niamh dos cabelos dourados. O tempo pareceu voar, por ser um tempo de grande felicidade. Mas um dia, a saudade de sua vida antiga passou a atormentá-lo. Tinha agora, curiosidade de saber como estavam os Fianna e o que estaria ocorrendo na Irlanda.
O povo encantado o desaconselhou, porque sabiam, que sendo ele um antigo habitante do tempo mortal linear, ele correria o risco de se perder ali para sempre. Apesar disso, ele resolveu voltar. Deram-lhe um belo cavalo branco e disseram-lhe para que nunca o desmontasse. Se o fizesse, estaria perdido.

Ele montou e seguiu até a Irlanda, mas chegando lá soube que os Fianna já tinham desaparecido. Ele consolou-se visitando as antigas áreas de caça e os locais onde junto com seus companheiros, haviam banqueteado, cantado, narrado velhas histórias e realizado grandes festas de bravura. Neste ínterim, o cristianismo já tinha chegado a Irlanda.

Enquanto passeava, rememorando seu passado, avistou um grupo de homens que não conseguiam erguer uma grande pedra para construir uma igreja. Sendo um guerreiro, ele possuía uma força extraordinária e, então, desejou ajudá-los, mas não se atrevia a desmontar do cavalo.

Ele observou-os de longe e depois se aproximou. Não conseguia mais resistir. Tirou o pé do estribo e enfiou-o por debaixo da pedra, a fim de erguê-la, mas assim que o fez, a cilha rompeu-se, a sela virou, e Oisín chocou-se com o solo. No exato momento em que tocou a terra da Irlanda, tornou-se um velho débil e enrugado.
Esta é uma excelente história para mostrar a coexistência dos dois níveis do tempo. Se se ultrapassasse o limiar que as fadas observaram entre estes dois níveis de tempo, terminava-se enredado no tempo mortal linear. O destino do homem neste tempo é a morte. Já no tempo eterno é a presença ininterrupta.
Todos os contos de fadas celtas sugerem uma região da alma que é habitada pelo eterno. Existe uma região eterna em nosso íntimo, onde não estamos sujeitos às devastações do tempo atual.

Tudo o que vivemos, experimentamos ou herdamos, fica armazenado no templo de nossa memória. Sempre que nos aprouver, podemos regressar e passear pelas salas desse templo para despertar e reintegrar tudo que já nos aconteceu. Será esta reflexão que irá conferir profundidade a todas as nossas experiências.

Hoje, início do terceiro milênio, com um mundo globalizado, com nações mais preocupadas em garantir seu poderio político-econômico, muito pouca atenção se dá a este tipo de memória. A verdadeira experiência fantástica difere dessa visão genérica do imaginário das fadas composta por uma literatura sentimentalista com eternos finais felizes. Esse mundo do "Era uma vez..." que todos conhecemos, não é verdadeiro mundo das fadas.

As fadas reais representam o "Poder", um poder incompreensível para os humanos, pois elas são criaturas com valores e ética muito distantes do gênero humano: não pensam e, o que lhe é mais singular, não sentem como os humanos. Essa é a essência que as separa dos mortais e a origem da grande parte da inquietude que causam, porque as fadas são em si criaturas da matéria prima da vida.

O reino das fadas é um mundo de misterioso encanto, de cativadora beleza, de malícia, de humor, júbilo e inspiração, de terror, de riso, amor e tragédia. Todavia, é um mundo para ser penetrado com extrema cautela!



terça-feira, 12 de abril de 2011

Magia para ser Feliz


FAÇA HOJE MESMO
Porque deixar para viver amanhã, se hoje é bem melhor!
Ontem já passou e amanhã é apenas uma invenção da imaginação.
Então, se você pensar nisso, hoje é o dia que você está vivo.
Hoje é o dia que mais importa.
Aqui está como fazê-lo memorável:
* Tente algo totalmente novo. - Variedade é realmente o tempero da vida. Você pode ver ou fazer algo um milhão de vezes, mas você só pode ver ou fazer isso pela primeira vez, uma vez. Como resultado, a primeira vez de experiências geralmente deixam uma marca reflexiva em nossas mentes para o resto de nossas vidas.
* Divirta-se com as experiências do mundo real. – Ótimas lembranças são produtos de experiências de vida interessantes.Então, desligue a televisão (ou o computador) e saia ao ar livre. Interagir com o mundo, apreciar a natureza, tomar conhecimento dos prazeres simples da vida, e ver como se desenrola a vida na sua frente.
* Trabalhe em algo que é significativo para você. - Envolver-se em um projeto pessoal significativo é saudável. Puxar o gatilho de algo que você queria fazer há muito tempo, mas ainda não teve oportunidade de fazer. A vida é curta. Hoje é o dia de tomar decisões.
* Desafie sua mente e corpo. - Aprenda uma nova habilidade.Seja criativo. Construa algo a partir do zero, não importa quão pequena. Corra mais do que você nunca correu antes. Ultrapasse seus limites!
* Concentre-se menos, mas dê o seu melhor. - Calma. Preste atenção ao que você está fazendo. Não perca tempo com tarefas esquecíveis. Em vez disso, concentrar-se em algumas coisas que realmente importam. Empenhe-se plenamente neste dia.
* Dizer “sim” a uma oportunidade espontânea. – Tudo na vida não pode ser previsto. Algumas das maiores oportunidades baterão em sua porta quando você menos esperar. Seja flexível, seja espontâneo, e apenas diga “sim”.
* Uma importante peça completa negócios inacabados. - Hoje é um dia perfeito para terminar o que começou. Poucos sentimentos são mais satisfatórios do que aquele de um peso que foi tirado de seus ombros.
* Documente seu dia. – Tire muitas fotos. Mantenha um diário. Documente seu dia para que você possa revê-lo em outro. Muitas luas a partir de agora serão mais observadas e valorizadas. Esta é sua lembrança de grandes memórias do passado.
* Sorria, seja positivo, e perceba o que é certo. – Tudo o que acontece na vida não é boa nem má. Depende apenas da sua perspectiva. E não importa o que decorreu, sempre acaba do jeito que deveria. Importa se você conseguir aprender alguma coisa. Então fique positivo, aprecie os resultados agradáveis, e aprenda com o resto.
* Ser autêntico. Seja fiel a si mesmo. – Judy Garland, uma vez disse: “Seja sempre uma versão de primeira categoria de si mesmo, em vez de uma versão de segunda categoria de outra pessoa.”. Não existe tal coisa como viver um bom dia no lugar de outra pessoa. Os sapatos que você pode ocupar é o seu próprio. Se você não está sendo você mesmo, você não está realmente vivendo … E nenhum dia passado em um estado falso de mera existência será sempre memorável ou interessante.
* Ajude alguém em necessidade. - Na vida, você recebe o que você emana. Quando você cria um impacto positivo na vida de outra pessoa, você também recebe um impacto positivo em sua própria vida. Faça algo que é maior que você, algo que ajuda a alguém para ser feliz ou sofrer menos. Será uma experiência extremamente gratificante. É provável que você lembre-se sempre.
* Compartilhe com um bom amigo a experiência de vida juntos. – Pink Floyd uma vez disse: “As memórias de um homem de idade avançada são as ações de um homem em sua prima.” Existem poucas coisas mais satisfatório do que contar os melhores momentos de sua vida com seus amigos mais íntimos que viveu esses momentos ao seu lado.
* Faça um novo amigo. - As pessoas são criaturas interessantes, e não existem duas pessoas exatamente iguais. Então, encontre alguém novo hoje. Descubra o que lhes faz feliz. Eles provavelmente abriram seus olhos para as idéias e perspectivas fascinantes. E você nunca sabe, como podem mudar sua vida.
* Faça algo divertido e dê risada o máximo que puder. - Alguns dos momentos mais memoráveis da sua vida serão gastos em momentos de riso.
* Esteja presente. Estar aqui agora. – Não deixe sua vida escorregar pelos dedos. Em vez de insistir no passado, ou se preocupar com o futuro, faça apenas a prática de ser e de viver no “agora”. Lembre-se, agora é o momento garantidos a você. Agora é a vida. Não perca.
E deixo-vos com este pensamento:
Nós todos concordamos que a vida é curta. Então… Por que fazemos tantas coisas que não gostamos e, como tantas coisas que não fazemos?

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Magia Negra e Magia Branca

Muito se fala em "magia branca" ou "magia negra", mas devemos começar avisando que estas são denominações utilzadas por aqueles que são totalmente leigos no assunto. A Magia é uma só, não tendo cor alguma, não sendo "boa" ou "má". O que importa é o uso que se faz dela.

Por exemplo: uma faca pode ser utilizada para cortar um pão e servir de alimento, assim como pode ser utilizada para ferir alguém. Em ambos os casos, a culpa foi da faca? Não, ela serviu apenas como instrumento para que determinada ação fosse realizada.Assim é com a Magia. Uma bruxa deve saber trabalhá-la em sua totalidade. Para saber abençoar, você deve saber amaldiçoar, e vice-versa. Ou seja: para fazer o bem, você deve saber fazer o mal e por aí vai. Isso não significa que você deva causar mal a alguém, de maneira alguma, mas aprender que não existem tais dualidades; não existe o "bem" e o "mal". Não dá para praticar "magia do bem", assim como não dá para praticar "magia do mal". Se ouvir alguém dizer a você que é uma "bruxa do bem" ou "do mal", fuja correndo! Com certeza trata-se de mais um charlatão desses que vemos por aí aos montes!A primeira coisa que aprendemos quando estamos lidando com Magia no Paganismo é o reflexo da Natureza. A Natureza não é boa nem má, ela apenas é. O mar que sustenta peixes é o mesmo mar que mata as pessoas afogadas, causa maremotos ou afunda embarcações. Isso quer dizer que o mar "é mau"? Claro que não. As coisas simplesmente são. Da mesma forma, não existem pessoas cem por cento boas nem pessoas cem por cento más. E é assim que a eterna rivalidade de bem X mal cai por Terra. Tudo é muito complexo para caber em apenas duas classificações tão simples. Aconselhamos intensamente a leitura do texto A Ética das Bruxas, onde este e outros assuntos são abordados. Para quem deseja trabalhar com a Magia, é fundamental conhecer determinados conceitos relacionados à nossa Arte.
Há um tempo vi em uma livraria um livro chamado "Wicca, a Arte da Magia Verde", ou algo assim, e fiquei me perguntando o que pode se passar na cabeça de uma pessoa para colocar este título em um livro. Porque, na verdade, qualquer pessoa que esteja de comprometimento sério com a Bruxaria sabe que não tem absolutamente nenhum sentido dar cores às nossas práticas.Imagino que a intenção da autora seja dizer que "magia verde" seja a magia da Natureza, mas não tem nenhum sentido. Também já ouvi termos como "magia vermelha" para definir "magia de amor", e isso não existe. Não existe "magia de amor", mas magia utilizada com objetivos amorosos, no máximo.Dessa forma, não existe magia branca, magia negra, magia vermelha, verde ou qualquer especificação que seja. A Magia é uma só, sempre foi e sempre será, assim como eu sou, você é, a Natureza é. Usar um termo como "magia negra" para denominar algo que se considera ruim é, além de tudo, racismo dos brabos! Vamos parar de perpetuar essa crença preconceituosa e sem sentido. Muitos tendem a rotular a magia em branca ou negra, servindo para dizer se ela é boa ou ruim, esse conceito é totalmente errôneo. O conceito de branco ser bom e preto ser ruim foi um conceito judáico-cristão e que prevalece até os dias atuais, com essa enorme margem de erro.





A Magia não tem cor. Magia é um fluxo de energias em movimento. A magia pode adquirir cor sim, mas essa cor dependerá exclusivamente da Áurea do praticante de magia, adquirindo a cor que a áurea dele estará.
Segundo, os termos “Magia branca e negra”, justamente pelo motivo acima descrito, são errôneos, os termos “corretos”, se assim pode chamar, são magia positiva e negativa, respectivamente. Quando se diz positiva, não significa que ela seja do bem, do mesmo jeito que não quer dizer que a negativa seja ruim, mas como as duas polaridades de uma pilha, positiva e negativa, que juntas movimentam as coisas.
A Bruxaria prega a existência de duas polaridades energéticas complementares: positiva e negativa, que juntas trazem a verdadeira sabedoria. Cada ser no universo traz as duas polaridades, assim como diz um velho ditado: “Nem mesmo a estrela mais brilhante não é completamente boa”. É graças a essas energias que o universo se mantém em sintonia.
É claro que a sociedade tende a rotular as magias, mas não é só por isso que devemos aceitar, se fosse assim, acho que ninguém se tornaria bruxo, pois, querendo ou não, a sociedade, em si, nos enxerga de maneira errônea.
Assim como a magia, somos uma união de duas energias, podendo ser bons ou ruins de acordo com nossas escolhas, e se por acaso classificarem alguém como mau, por causa de uma escolha ruim dela. Isso, necessariamente, não significaria que ela fosse completamente ruim, mas foi assim que a sociedade a classificou. Assim, como muitas vezes acontece com um ex-presidiário, ele pode até ter mudado e seguido um novo caminho, mas a sociedade sempre vai enxergá-lo como um ex-presidiário.
Rotulando a magia em boa ou ruim se estará ferindo algo que não é nem um nem outro, mas sim os dois. Pode-se dizer que a intenção foi ruim ou que a intenção foi boa, pois a magia só toma forma dependendo de intenção de quem a pratica.
Bruxos e Bruxas devem trabalhar as duas formas de energia para poderem evoluir espiritualmente. Não prejudicando os outros. A magia não é algo que pode ser divida entre boa ou ruim, ela é uma correlação entre as duas energias podendo fazer coisas boas ou ruins, somente, de acordo com a intenção de quem a realiza.
A magia negativa é algo que trata, geralmente de desejos e/ou coisas materiais, não sendo necessário o sacrifício de algum animal, um pensamento ruim sobre alguém, querendo ou não é uma manifestação de magia negativa. Fazer um ritual para passar no vestibular, é um exemplo de manifestação de magia negativa. Simplesmente porque, caso o praticante passe no vestibular, de alguma forma ou não, estará tomando o lugar de outra pessoa.
Todo o conceito de magia vai variar do que cada um acredita do que é o Bem e o Mal.
Por isso não deve-se dividir a magia em duas, pois assim como tudo no mundo, ela possui duas energias, e deve-se trabalhar as duas energias de maneira sensata, tentando não machucar a ninguém inclusive a si mesmo.

As Bençãos da Deusa

Eu sou a Deusa dos mil nomes,
Do poder infinito e dos múltiplos dons,
Manifestados na diversidade das minhas faces,
Honradas e veneradas ao longo dos milênios.
Eu sou Gaia, a Mãe Terra da antiga Grécia,
Coloquei a ordem na vastidão do caos,
Criando o universo no ritmo da minha pulsação.
Eu sou Ísis, a Deusa egípcia,
Ofereço a cura e a transformação,
Para quem as procura,
Pois tenho o poder de plasmar um novo mundo.
Eu sou Cerridwen dos Celtas,
No meu Caldeirão mágico guardo o alimento da alma,
A fonte inesgotável de sabedoria e inspiração,
Quanto mais eu dou, mais eu recebo.
Eu sou Atena da Grécia,
conhecida por minha sabedoria
Como meu totem - a Coruja
Ouço e vejo tudo o que se passa ao meu redor
Sou forte como o Carvalho,
Ou pacificadora como a Oliveira.
Eu sou Diana, a Deusa Lunar Romana,
Potetora das mulheres e das crianças,
Guardiã das florestas e dos animais,
Acerto as flechas no alvo dos meus desejos.
Eu sou Bast, a Deusa Gato do Egito,
Graciosa, sinuosa, brincalhona e afetuosa,
Irradio o calor e a luz do glorioso Sol.
Eu sou Freya, a bem amada Deusa Nórdica,
Sobrevoando o mundo, canto alegremente,
Celebrando os laços entre amigos e amantes,
Eu sou Hécate, a Tríplice Deusa grega,
Guardiã da noite e das encruzilhadas,
escolho o caminho que eu quero trilhar,
permeando a razão com o brilho da intuição.
Eu sou Ereshkigal da Assíria e Babilônia,
A Rainha do mundo subterrâneo,
Para crescer, desfaço-me da velha pele,
Sou detentora do profundo poder da renovação.
Eu sou Kwan Yin, a Deusa chinesa da compaixão,
Ouço e consolo as dores do mundo,
Protegendo as mães e seus filhos,
Ensinando a magia da mutação.
Eu sou Maat do Egito,
Verdade, justiça e lei são regras do meu universo,
Estabeleço a harmonia com meu poder divino.
Eu sou Rhiannon, a Deusa galesa equina,
Viajo livre, serena e segura no mundo,
Com minha voz melodiosa,
Acordo os mortos e adormeço os vivos.
Eu sou Sedna dos esquimós,
Conheça-me e honre-me através dos animais,
Ursos, baleias, focas e peixes,
Todas as criaturas da terra e do mar,
São parte de mim e têm o direito de viver.
Abençoado sejam todas as Deusas!
Assim Seja!
Bençãos da Deusa (para depois do banho)...
Abençoado sejam meus ombros que são fortes para levar o peso dos meus erros desta vida e de vidas passadas.
Abençoado sejam meus seios que alimentam minhas crianças e me fazem sentir como mulher...
Abençoado sejam meu útero, tão fértil, tão parecido com minha Deusa que nutre minhas crianças até que elas nasçam...
Abençoado seja o meu sexo, tão delicado, entretanto forte o suficiente para aguentar o milagre do parto...
Abençoado seja a minha coluna que me mantém na vertical de forma que eu possa enfrentar minha vida à frente...
Abençoado seja meu bumbum tão redondo e tão bonito isso me faz orgulhosa de ser mulher...
Abençoado sejam minhas coxas tão firmes e tão suaves, para me levar a todos os lugares que manda meu coração...
Abençoado sejam minhas pernas que sabem tão bem quando me manter e quando dobrar procurando a Força da Mãe Terra...
Abençoado sejam meus pés que me levam aonde quer que eu tenha de buscar os conhecimentos necessários de minha vida...
Abençoado seja meu corpo e santificada seja minha alma que aí jaz.
Que assim seja!


domingo, 10 de abril de 2011

O Poder dos Espelhos




"Espelho, espelho meu, Sai do espaço profundo

E vem dizer se há no mundo Mulher mais bela do que eu"...

(Fala da Madrasta no conto "A Branca de Neve")




Na cena clássica da obra citada, a madrasta como sempre, é a pessoa má que substitui a mãe. Uma figura que a Igreja deturpou na Idade Média, para evitar a aceitação do rompimento dos casamentos mal realizados e os de conveniência tão comuns na época e hoje em dia, era uma feiticeira que pede conselhos ao espelho, que desempenha o papel de consciência representante da sabedoria interior e intermediário entre o presente, o passado e o futuro, e conselheiro das soluções dos problemas.

A madrasta é a representação das pessoas independentes, inteligentes, e que alcançam seus objetivos, e que não aceita as histórias falsas das criadas que vão se casar com príncipes.

Por isso, a Igreja criou este estigma sobre as pessoas que trazem a razão da realidade sobre o povo que crê em dar pouco e receber muito, ou nada fazer e tudo receber.

E nós que buscamos esclarecer e restabelecer o Plano que os Mestres Druidas conhecem e servem, vemos que deturparam uma história e mostram uma falsa realidade e solução de problemas sociais com fadas madrinhas adulteradas que dão sapatinhos de cristal, que é uma analogia aos espelhos mágicos, para que os príncipes encantados as reconheçam.

Mas não é o que a realidade mostra, pois espelhos mágicos foram quebrados e escondidos, os "príncipes encantados" estão pobres, as cinderelas abandonadas, e os espelhos estão calados, como por acaso, no espelho mágico da madrasta da Branca de Neve, que também foi calado.


O ESPELHO MÁGICO
A palavra espelho vem do latim SPECULUM, e deu nome à "especulação", que originalmente, significava observando as estrelas através do "espelho" e, da palavra "estela" (SIDUS), vem consideração, que etimologicamente significa olhar o conjunto de estrelas.

E essas duas palavras abstratas, que hoje representam operações intelectuais, nasceram do estudo dos astros refletidos no espelho.

O que reflete o espelho?

A verdade, a sinceridade, e o conteúdo do coração e da consciência.

No panteão indo-budista, o deus YAMA, senhor do reino dos mortos, julga as almas através de seu espelho do Karma, pois não há como esconder nada do reflexo do espelho.

Segundo as lendas contadas nos livros druidas, os espelhos mágicos são símbolos lunares e femininos, símbolo da realeza, e representa a união conjugal e o espelho partido a separação. Sendo o número oito sagrado para os druidas, usava-se um espelho octogonal nas casas para poder reconhecer e afastar o mal.

Este tipo de espelho é intermediário entre o modelo redondo (celeste) e o quadrado (terrestre). O reflexo do homem não lhe é dado apenas pelo bronze polido ou água adormecida, segundo o Arquidruida SELGEN:

-"O homem se utiliza do bronze como espelho. O homem se utiliza da antiguidade como espelho. O homem utiliza o próprio homem como espelho.”

O uso do espelho para adivinhação remonta à PÉRSIA.

E, PITÁGORAS, segundo a lenda, tinha um espelho mágico dado pelos druidas, que ele apresentava à face de uma determinada LUA, antes de ver nele o futuro, como faziam os druidas e as feiticeiras da TESSÁLIA, e seu emprego é o inverso da necromancia, simples evocação dos mortos, porque ele faz aparecer homens que ainda não existem ou que desempenham uma ação qualquer que, na verdade, só executarão mais tarde.

Nas "escolas druidas" havia o espelho de grau, no qual o aprendiz via seu reflexo e nele mostrava a forma física, e só passava após o reflexo estar bem claro, este era o espelho de bronze.

No grau dois, ao olhar via o reflexo de sua alma, e muitas vezes se assustava com a essência de seu interior que refletia o horrendo, e trabalhava até que o reflexo da alma fosse claro, e este era o espelho de água.

No grau três, a iniciada busca não ter reflexo no espelho, é o de cristal.

Para quem quer possuir seu espelho mágico, que é pessoal e intransferível, que é como sua senha bancária, ninguém pode saber e usar, a não ser seu professor, deve tomar os seguintes cuidados e dicas:

1 - Procure uma pessoa que conheça o assunto, pois você não estará revelando somente segredos físicos e astrais;

2 - Faça você o espelho com uma face virgem, e a moldura de sua escolha, terrestre, celeste, etc...

3 - Em quarto escuro sob a luz de uma vela na cor azul índigo, e seu reflexo deve ser o primeiro;

4 - Espelhos de previsão devem ser guardados envoltos no linho branco e em uma caixa negra;

5 - Estes procedimentos são práticas e requerem maiores detalhes, mas lembrem-se que a família imperial japonesa guarda o seu espelho sagrado em um santuário especial, o qual é vedada a presença de não membros da família real.

Estes ensinamentos e referências têm o propósito de orientar e esclarecer dúvidas daqueles que estão no Caminho e buscam maiores fontes para completar seus trabalhos iniciáticos.

Poucos conhecem que o único reflexo, neste objeto de tamanha importância de auto conhecimento até agora despercebido, era o da personalidade e não da alma, e muito poucas pessoas estão prontas para verem o reflexo da alma.




PARA MAGNETIZAR O ESPELHO MÁGICO:
(esta é uma antiga prática irlandesa muito utilizada pelos camponeses.)

Peque um espelho e unte-o com uma mistura de sal e limão.
Aguarde uma noite de Lua crescente e “aprisione-a” no espelho (refletindo nele sua imagem).
Seu espelho estará magnetizado, sempre que quiser peça para que a Luz, que agora mora dentro dele, ilumine seus caminhos.