segunda-feira, 11 de abril de 2011

Magia Negra e Magia Branca

Muito se fala em "magia branca" ou "magia negra", mas devemos começar avisando que estas são denominações utilzadas por aqueles que são totalmente leigos no assunto. A Magia é uma só, não tendo cor alguma, não sendo "boa" ou "má". O que importa é o uso que se faz dela.

Por exemplo: uma faca pode ser utilizada para cortar um pão e servir de alimento, assim como pode ser utilizada para ferir alguém. Em ambos os casos, a culpa foi da faca? Não, ela serviu apenas como instrumento para que determinada ação fosse realizada.Assim é com a Magia. Uma bruxa deve saber trabalhá-la em sua totalidade. Para saber abençoar, você deve saber amaldiçoar, e vice-versa. Ou seja: para fazer o bem, você deve saber fazer o mal e por aí vai. Isso não significa que você deva causar mal a alguém, de maneira alguma, mas aprender que não existem tais dualidades; não existe o "bem" e o "mal". Não dá para praticar "magia do bem", assim como não dá para praticar "magia do mal". Se ouvir alguém dizer a você que é uma "bruxa do bem" ou "do mal", fuja correndo! Com certeza trata-se de mais um charlatão desses que vemos por aí aos montes!A primeira coisa que aprendemos quando estamos lidando com Magia no Paganismo é o reflexo da Natureza. A Natureza não é boa nem má, ela apenas é. O mar que sustenta peixes é o mesmo mar que mata as pessoas afogadas, causa maremotos ou afunda embarcações. Isso quer dizer que o mar "é mau"? Claro que não. As coisas simplesmente são. Da mesma forma, não existem pessoas cem por cento boas nem pessoas cem por cento más. E é assim que a eterna rivalidade de bem X mal cai por Terra. Tudo é muito complexo para caber em apenas duas classificações tão simples. Aconselhamos intensamente a leitura do texto A Ética das Bruxas, onde este e outros assuntos são abordados. Para quem deseja trabalhar com a Magia, é fundamental conhecer determinados conceitos relacionados à nossa Arte.
Há um tempo vi em uma livraria um livro chamado "Wicca, a Arte da Magia Verde", ou algo assim, e fiquei me perguntando o que pode se passar na cabeça de uma pessoa para colocar este título em um livro. Porque, na verdade, qualquer pessoa que esteja de comprometimento sério com a Bruxaria sabe que não tem absolutamente nenhum sentido dar cores às nossas práticas.Imagino que a intenção da autora seja dizer que "magia verde" seja a magia da Natureza, mas não tem nenhum sentido. Também já ouvi termos como "magia vermelha" para definir "magia de amor", e isso não existe. Não existe "magia de amor", mas magia utilizada com objetivos amorosos, no máximo.Dessa forma, não existe magia branca, magia negra, magia vermelha, verde ou qualquer especificação que seja. A Magia é uma só, sempre foi e sempre será, assim como eu sou, você é, a Natureza é. Usar um termo como "magia negra" para denominar algo que se considera ruim é, além de tudo, racismo dos brabos! Vamos parar de perpetuar essa crença preconceituosa e sem sentido. Muitos tendem a rotular a magia em branca ou negra, servindo para dizer se ela é boa ou ruim, esse conceito é totalmente errôneo. O conceito de branco ser bom e preto ser ruim foi um conceito judáico-cristão e que prevalece até os dias atuais, com essa enorme margem de erro.





A Magia não tem cor. Magia é um fluxo de energias em movimento. A magia pode adquirir cor sim, mas essa cor dependerá exclusivamente da Áurea do praticante de magia, adquirindo a cor que a áurea dele estará.
Segundo, os termos “Magia branca e negra”, justamente pelo motivo acima descrito, são errôneos, os termos “corretos”, se assim pode chamar, são magia positiva e negativa, respectivamente. Quando se diz positiva, não significa que ela seja do bem, do mesmo jeito que não quer dizer que a negativa seja ruim, mas como as duas polaridades de uma pilha, positiva e negativa, que juntas movimentam as coisas.
A Bruxaria prega a existência de duas polaridades energéticas complementares: positiva e negativa, que juntas trazem a verdadeira sabedoria. Cada ser no universo traz as duas polaridades, assim como diz um velho ditado: “Nem mesmo a estrela mais brilhante não é completamente boa”. É graças a essas energias que o universo se mantém em sintonia.
É claro que a sociedade tende a rotular as magias, mas não é só por isso que devemos aceitar, se fosse assim, acho que ninguém se tornaria bruxo, pois, querendo ou não, a sociedade, em si, nos enxerga de maneira errônea.
Assim como a magia, somos uma união de duas energias, podendo ser bons ou ruins de acordo com nossas escolhas, e se por acaso classificarem alguém como mau, por causa de uma escolha ruim dela. Isso, necessariamente, não significaria que ela fosse completamente ruim, mas foi assim que a sociedade a classificou. Assim, como muitas vezes acontece com um ex-presidiário, ele pode até ter mudado e seguido um novo caminho, mas a sociedade sempre vai enxergá-lo como um ex-presidiário.
Rotulando a magia em boa ou ruim se estará ferindo algo que não é nem um nem outro, mas sim os dois. Pode-se dizer que a intenção foi ruim ou que a intenção foi boa, pois a magia só toma forma dependendo de intenção de quem a pratica.
Bruxos e Bruxas devem trabalhar as duas formas de energia para poderem evoluir espiritualmente. Não prejudicando os outros. A magia não é algo que pode ser divida entre boa ou ruim, ela é uma correlação entre as duas energias podendo fazer coisas boas ou ruins, somente, de acordo com a intenção de quem a realiza.
A magia negativa é algo que trata, geralmente de desejos e/ou coisas materiais, não sendo necessário o sacrifício de algum animal, um pensamento ruim sobre alguém, querendo ou não é uma manifestação de magia negativa. Fazer um ritual para passar no vestibular, é um exemplo de manifestação de magia negativa. Simplesmente porque, caso o praticante passe no vestibular, de alguma forma ou não, estará tomando o lugar de outra pessoa.
Todo o conceito de magia vai variar do que cada um acredita do que é o Bem e o Mal.
Por isso não deve-se dividir a magia em duas, pois assim como tudo no mundo, ela possui duas energias, e deve-se trabalhar as duas energias de maneira sensata, tentando não machucar a ninguém inclusive a si mesmo.

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